Nesses mais de vinte anos que venho frequentando shows de metal, já vi muita bagunça acontecer. Seja provocada por incompetência, desonestidade ou uma mistura explosiva das duas coisas, a origem das confusões, normalmente, pode ser traçada até uma má produção do evento.
Já vi um show ser cancelado, com a banda pronta para entrar no palco, porque o bilheteiro deixou um monte de gente entrar na casa pagando uma fração do ingresso. Vi uma banda headliner prensar o produtor num canto, minutos antes do seu show, a exigir o pagamento do cachê, sob a ameaça de não tocar. Já vi uma que cumpriu essa promessa e simplesmente picou a mula. Vi um produtor dar no pé com o dinheiro da bilheteria e deixar o público na mão na porta da casa de show. Vi gente vendendo ingresso clandestinamente fora da bilheteria, porque, lá dentro, um oficial de justiça cumpria ordem judicial de penhorar toda a renda do evento.
O público, quase sempre com acerto, põe a culpa na conta exclusiva da produção. Mas há também outro lado nessa história. O lado dos produtores que, muitas vezes até perdendo dinheiro, assumem a promoção de shows simplesmente porque são fãs das bandas ou porque são comprometidos com a cena. Um dos candidatos a entrar nessa última categoria é o produtor do “Brazilian Ritual”, o batalhador Eduardo Beherit. Sua iniciativa absolutamente inédita trouxe para o Brasil bandas líderes do cenário death/black metal mundial que nunca antes haviam tocado por aqui, como o finlandês Archgoat e o americano Black Witchery. E a promessa é de que a coisa não vai ficar por aí. Já para a próxima edição do festival, anuncia-se a presença do devastador Revenge e da lenda do war black metal Blasphemy, ambas do Canadá. Em uma rápida entrevista concedida pouco antes do início dos shows, Eduardo nos contou, entre outras coisas, o que o motiva a produzir o evento e o que pretende alcançar com ele. Confiram!
Caçador da Noite e Eduardo Beherit |
Hei, Caçador, você estava naquele show do Morbid Angel que iria acontecer em Brasília há 20 anos atrás? Tudo o que vc descreveu ocorreu naquela vez... o show acabou não rolando... Faltou um Eduardo para fazer a coisa funcionar. Gabriel
ResponderExcluirFoi exatamente esse o show, Gabriel.
ExcluirEu estava lá também, Gabriel. Salvo engano, eles tinham acabado de lançar o Blessed are the Sick. Foi muito frustrante, uma decepção...Fábio Lignelli
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