sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Dethroned Christ e Ravendark's Monarchal Canticle (Hammer of Damnation)

Dethroned Christ
"Roots of Ancient Evil"
O Dethroned Christ, ao contrário do que pode parecer à primeira vista, não é outro projeto dos integrantes do Evil, mas a banda que os caras tinham antes de formá-lo. Depois de mais de uma década dormitando, o grupo foi reanimado para a gravação de seu debut – um par de demos e um split era tudo o que havia sido registrado até então. Todo o material aqui apresentado é inédito. Não houve regravações de músicas antigas. O que ouvimos neste play é uma mistura bem tradicional de death, black, thrash e até um pouquinho de heavy clássico, à qual não se nega a adição de doses razoáveis de melodia. Em certas faixas, as marcas de Bathory do primeiro disco, do onipresente Sarcófago do “INRI”, de Venom do “Black Metal” e de Destruction antigo são claras, mas nada muito exagerado. O black norueguês noventista também tem seu espaço. Um momento mais épico igualmente aflora, de leve, hora ou outra, ajudando a conferir uma cara bem diversificada à banda. Enfim, o Dethroned Christ, neste seu primeiro full lenght, executa um hibridismo musical assumidamente old school, agrupando influências variadas em seu repertório. O destaque vai para a faixa de abertura do disco, convenientemente intitulada "The Return", em que a catadupa de influências da banda se mostra costurada com sucesso.

Ravendark's Monarchal Canticle
"Sob a Bandeira do Ódio e da Arrogância"
Também na estrada que leva à mistura desbragada de influências vem esse Ravendark’s Monarchal Canticle. Black, thrash e death metal oitentistas são a base do som da banda, que vomita sobre os ouvintes seus hinos militaristas (bradados em português) de ódio contra a humanidade. Entre muitas outras referências, a música do R.M.C. lembra o velho e inesquecível Holocausto – obviamente, sem a mesma qualidade – da época do “Campo de Extermínio”, principalmente no vocal. Confira a faixa "Komando Brasileiro" e comprove. Um chauvinismo nacionalista muito comum nas bandas de war metal (não confundir com war black metal) impregna grande parte das letras dos caras. A produção, infelizmente, é pobre e deixou as músicas com menos peso do que seria adequado. Alguns riffs meio derivativos (e até ingênuos) igualmente atrapalham a completa apreciação da obra. A bem da verdade, o play tem mais defeitos do que virtudes, mas há algo no som da banda que decididamente atrai minha simpatia. Embora o disco tenha seu valor, ainda não foi dessa vez que o R.M.C. marcou seu gol.

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